Confinado em um quarto austero, “desconfortável para viver mas aconchegante para morrer”, alguém flerta com a morte e por ela é rejeitada. O descompasso entre a melodia quase dançante e o vocal-letra mórbido se encaixa bem com os tempos de pandemia; um presságio para uma música lançada no final de 2019?
Ainda que não gostem de serem confundidos com os russos, o Belarus (“Rússia branca”) espelha diametralmente seu vizinho: camufla uma autocracia personalista e alimenta mitos nacionalistas, tal como a URSS no idos de Chernobyl.
Pior ainda é o temor de um geográfo brazuca, involuntariamente retido num fechamento de fronteiras para uma pandemia negada (outra contradição): mais medo do surto nas terras tropicais do que nos pântanos do leste…
Talvez seja uma provocação do Molchat Doma (Молчат Дома) cantar em russo.